Recebi o seguinte email de um colega:
Daí eu começo a fazer uma coisa até ser interrompido e eu empilho o estado. Começo a tratar a interrupção e outra ocorre. Mais um push. Quando acaba o dia minha pilha começa a perder os links e no dia seguinte eu já não sei bem por onde começar. Normalmente eu começo por alguma atividade do meio da pilha, que deixa de ser uma pilha de verdade e passa a ser um balaio de tarefas mal-começadas.
Depois de um tempo algumas dessas atividades simplesmente saem do meu inconsciente (do consciente já saíram faz tempo) e ficam perdidas.
Algumas semanas disto e eu já estou estremamente irritado e convontade de dar um basta, falando com o chefe, passando a usar headphones, colando uma placa de não-perturbe nas costas, planejando trabalhar em casa e sonhando com o ambiente de trabalho idealizado no livre Peopleware e no blog do Joel Spolsky.
Mas... pro bem ou pro mal o peso dos anos serve pra frear estes impulsos. Mais de dez anos trabalhando em TI sem ter conseguido resolver o problema me deixam deprimido pensando que ou não há solução ou eu não sou capaz de encontrá-la.
Pra evitar o incômodo da dissonância cognitiva eu acho que meu inconsciente acaba resolvendo o problema dando um dispose geral e zerando minha pilha de atividades. Normalmente as próximas férias já estão chegando e a expectativa de começar zerado de novo já me conforta.
(Não desanime... nada garante que este seja um problema insolúvel.)
> On Monday 24 September 2007, Gustavo Chaves wrote:É um ciclo. Geralmente começa quando eu volto das férias e não tenho nenhuma pendência acumulada. (A verdade é que eu acabo me esquecendo de todas as pendências não realizadas antes das férias.) Nesse momento eu estou feliz.
>> E aí? Começou o trabalho?
> Comecei sim, e inúmeras vezes para ser sincero. Acho que você
> sabe como é o ambiente aqui no suporte, muitas interrupções...
> O pior é que eu não sei como lidar direito com isso (como você
> lida com isso???)...
Daí eu começo a fazer uma coisa até ser interrompido e eu empilho o estado. Começo a tratar a interrupção e outra ocorre. Mais um push. Quando acaba o dia minha pilha começa a perder os links e no dia seguinte eu já não sei bem por onde começar. Normalmente eu começo por alguma atividade do meio da pilha, que deixa de ser uma pilha de verdade e passa a ser um balaio de tarefas mal-começadas.
Depois de um tempo algumas dessas atividades simplesmente saem do meu inconsciente (do consciente já saíram faz tempo) e ficam perdidas.
Algumas semanas disto e eu já estou estremamente irritado e convontade de dar um basta, falando com o chefe, passando a usar headphones, colando uma placa de não-perturbe nas costas, planejando trabalhar em casa e sonhando com o ambiente de trabalho idealizado no livre Peopleware e no blog do Joel Spolsky.
Mas... pro bem ou pro mal o peso dos anos serve pra frear estes impulsos. Mais de dez anos trabalhando em TI sem ter conseguido resolver o problema me deixam deprimido pensando que ou não há solução ou eu não sou capaz de encontrá-la.
Pra evitar o incômodo da dissonância cognitiva eu acho que meu inconsciente acaba resolvendo o problema dando um dispose geral e zerando minha pilha de atividades. Normalmente as próximas férias já estão chegando e a expectativa de começar zerado de novo já me conforta.
(Não desanime... nada garante que este seja um problema insolúvel.)
Problema clássico... principalmente quando te faz emergir do deep hack mode - estados de autismo não são tão facilmente realcançáveis. Em um dos lugares por onde passei, as pessoas tentavam usar e-mails pra minimizar esses efeitos - por mais que a mensagem transmitida seja a mesma, o distúrbio causado por um e-mail está em um nível infinitamente inferior ao causado por um cutuca-no-ombro tira-os-fones olha-só-tô-com-um-problema.
ResponderExcluirDentro das técnicas de maximização de produção via procrastinação, uma em especial se mostrou bastante útil: divisão de tarefas em subtarefas, menores, com café/água/e-mail/slashdot entre elas. A probabilidade de alguém te interromper durante uma tarefa diminui absurdamente, e a divisão de uma tarefa em tarefas menores acaba treinando a recuperação da concentração em curtos períodos de tempo (ainda que não seja nem um pouco comparável com a concentração adquirida depois de três horas debugando um script ou "vendo se consegue fazer tal coisa"). Tentei também o método (10+2)*5, que usa divisões no tempo (10 min de trabalho, 2 de pausa, em ciclos de uma hora) - mas não consigo desligar o cérebro, se não terminar a tarefa em 10 minutos.
Tentando seguir isso, tenho dois arquivos no meu desktop: um todo.txt e um more.txt. Normalmente tento organizar as tarefas diárias no primeiro, e as semanais no segundo - com o cuidado de nunca colocar mais tarefas diárias do que eu posso fazer em metade do dia. Desse jeito:
- interrupções eventuais têm impacto minimizado durante o dia
- quando eu limpo o primeiro arquivo, sempre busco mais coisas do segundo.. o que me deixa terminar o dia com aquela impressão de "nossa, como eu produzi hoje!"
Incrível como essas coisinhas de livro de auto ajuda ajudam, em algumas ocasiões. :-D
Arthur, essa sua técnica de usar dois arquivos me lembrou de um seminário a que assisti no LISA 2003 sobre time management. Quem proferiu o seminário foi o Tom Limoncelli, autor de vários artigos excelentes e de um dos melhores livros sobre administração de sistemas que eu já li.
ResponderExcluirAliás, ele escreveu outro livro, chamado Time Management for Systems Administrators, que deve consolidar aquele seminário e mais um pouco.
Confesso que não consegui seguir os conselhos dele... mas pareciam tão eficazes... :-)
Um amigo meu disse que resolveu esse problema sendo MUITO chato e mal educado. Assim os problemas mais idiotas (a maioria) e os usuários mais pentelhos (algum não é?) dirigem-se automaticamente para outro analista. Nele só chegam os mais cabeludos e mais interessantes.
ResponderExcluirEstou pensando seriamente em adotar esse princípio...