Mesmo Assim
Se nunca mais me visses e eu te olhasse,
Se te esquecesses que te amei um dia,
Se o teu eterno amor fosse fugace
Como a noite que sinto é triste e fria...
Se um dia me dissesses, face a face,
Que só asco por mim sentir podia...
E se tua boca me amaldiçoasse
Com louca maldição, feroz, sombria...
Se tornasses em pó minha ilusão,
Deixando que esta grande solidão
Que paira sobre mim, fatal desabe...
Se me fizesses tanto mal, eu juro
Qu'inda serias luz no meu futuro,
Que o mesmo te amaria - ou mais...
Quem sabe?
Essa é uma das minhas poesias prediletas do livro Olhos no Horizonte, do José Gabino Jr. Roubei este e outro livro do Gabino de meu pai há vários anos e os reencontrei semana passada enquanto vasculhava o sótão à procura de livros pra encher a nova estante do escritório.
O Gabino foi colega do meu pai na Cemig, em Belo Horizonte, lá pelos idos de 1987. Nessa época eu ainda estava na faculdade e foi numa das férias que eu ainda passava com meus pais que eu conheci o Gabino e o vi presentear meu pai com dois livros de poesias. Lembro-me muito pouco dele e provavelmente sequer chegamos a conversar. Mas fiquei seu fã logo na primeira leitura dos seus livros.
Os dois livros são edições caseiras, provavelmente produzidas pela família dele, um de 1978 e outro de 1986. Descobri que ele publicou um livro mais recente chamado Colhidos pelo Caminho e o encomendei na Estante Virtual.
Na introdução do segundo livro, Sol Entre Neblina, ele diz que:
Se conseguir transmitir alguma emoção a pelo menos um leitor, o esforço feito estará recompensado.Então está, Gabino.
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